Leomil é uma freguesia portuguesa, a maior do concelho de Moimenta da Beira, com 39,40kms2 de área e 1117 habitantes (Censos 2012) e a sua densidade populacional é de 31,7 hab. /Kms2. Está situada na parte noroeste do concelho de Moimenta da Beira, embora, devido à sua grande extensão, toque noutras latitudes do concelho. É delimitada pelas freguesias de Sever, Sarzedo e Castelo, a norte; Pêra Velha e Aldeia de Nacomba, a sul; Alvite a ocidente; e Paradinha, Moimenta da Beira e Arcozelos a leste. Grande parte da freguesia encontra-se em plena Serra de Leomil, uma elevação com 1008 metros de altitude e que tem o seu cume nesta freguesia. Eleva-se entre os rios Paiva e Távora, pertence ao Maciço Galaico-Duriense e é o local de nascimento de importantes cursos de água como o Rio Varosa e o Rio Paiva. São numerosos os vestígios arqueológicos encontrados na área a que hoje corresponde esta freguesia, sendo que alguns deles apontam para uma origem pré-histórica.

Leomil foi sede de concelho entre 1283 e 1855, constituído pelas freguesias de Leomil e Sarzedo e tinha 1528 habitantes, em 1801.
Após as reformas administrativas do início do liberalismo foram-lhe anexadas as freguesias de Alvite, Passo e Sever. Em 1849 tinha 3720 habitantes.
Leomil é das freguesias do concelho de Moimenta da Beira que teve a sua origem muito remo-tamente. Está enquadrada numa zona caracteristicamente romanizada e que outrora fora ocupada por invasores romanos. Leomil teve a sua fundação na sequência das conquistas de Afonso III, ainda em finais do séc. IX. O antigo nome deste espaço foi substituído pelo do presor godo Leomiro ou Ledemiro, que fundou aqui a sua vila Leodemiri, genitivo que é origem do topónimo.
Esta vila revê-se na história da municipalidade, nomeadamente a sua reconquista definitiva pelo Conde D. Henrique quando se estabelece o couto de Leomil. Este couto possui Juiz próprio ainda na segunda metade do séc. XIII, facto que permitiu, de certo modo, que Leomil se tornasse um dos maiores e mais importantes coutos medievais, acabando consequentemente sob seu domínio inúmeras terras progressivamente anexadas, incluindo grandes partes dos atuais concelhos de
Moimenta e também Tabuaço. Estas terras pertenciam à família de Vasco Fernandes Coutinho, Senhor de Leomil e 1º Conde de Marialva, descendente de D. Garcia Rodrigues, a quem o couto fora doado inicialmente.
Apesar de se distinguir como potente e autónomo concelho, possuir várias isenções e feira franca, um hospital e um convento, Leomil começa por perder importância ao longo do séc. XVI devido a inúmeras mudanças: por um lado, desaparecem os condes de Marialva e com eles o Couto de Leomil, e por outro, chegam a Moimenta os Morais Sarmentos, vindos de Algoso, e os Lucenas e Mergulhões sob a proteção do último couteiro de Leomil. A partir daqui, foram-se traçando os trilhos que permitiram na sequência da reforma administrativa, a extinção do concelho de Leomil.
Não foi pacífico o remodelar de fronteiras no século XIX, mas em 1896 estavam definitivamente marcados os contornos geográficos atuais do concelho de Moimenta da Beira. O concelho de Leomil foi extinto a 24 de Outubro de 1855.
A evolução do séc. XX valeu-lhe ter adquirido novamente a categoria de Vila por deliberação da Assembleia da República em 4 de Junho de 1997. É atualmente a cabeça de uma das mais impor-tantes freguesias do concelho de Moimenta da Beira.
A Casa do Povo e o Rancho Folclórico, com a sua missão de recolha, preservação e divulgação das raízes culturais da comunidade, assim como o desenvolvimento de algumas atividades cultu-rais, sociais e de apoio à terceira idade, com o Lar de Idosos e apoio domiciliário, o Clube Des-portivo e o Estádio Adriano Ferreira em Leomil, onde se desenvolve uma atividade desportiva virada para a formação de jovens, as associações culturais e recreativas em Beira Valente, Para-duça e Semitela, o moderno Posto Clínico, a farmácia e os correios, são prova evidente de que
Leomil não se deixa adormecer à sombra das tradições.
Leomil é considerado nos dias de hoje a 2ª freguesia do concelho de Moimenta da Beira pelos seus 1117 habitantes, mas é também a maior freguesia do concelho, em termos territoriais. É um sítio alegre, saudável e muito fértil, entre dois rios: o da Carvalha e do Valongo, em vale de mais de meia légua, com muita caça, sobretudo na zona que se situa na serra que lhe herdou o nome (Serra de Leomil, que se estende desde a Serra do Caramulo até à Serra da Lapa).
O seu extenso território é confrontante com as freguesias de Alvite, Arcozelos, Castelo, Perave-lha, São João Batista, Sarzedo e Sever e inclui, além da sede (a vila de Leomil), as anexas de Beira Valente, Paraduça e Semitela. Com o seu vale estendido até Beira Valente, alcatifado do verde fresco das lameiras, e as suas serras fechando como cortinas de harmonia os horizontes do frio, é Leomil, a freguesia orgulhosa do seu Povo e da sua Fidalguia.
O conhecimento das condições meteorológicas da região, são muito importantes para a caracteri-zação deste concelho, mais especificamente em Leomil. Fica claro que estamos perante um clima de características marcadamente continentais.
Esta freguesia, marcadamente rural, tem, fundamentalmente, uma agricultura de subsistência, nomeadamente a cultura da batata, cereais, pastagens, etc. Sendo este, o modo de vida da grande parte da sua população, vão existindo, no entanto, algumas explorações agrícolas de maior di-mensão, tanto na produção e comercialização de maçã, como na criação de animais para a pro-dução de leite e carne, principalmente ovinos e caprinos, mas também suínos e bovinos.
Anualmente realizam-se diversas festas e romarias, das quais se destacam, em Leomil, a de São Tiago (em 25 de Julho) e a do Sr. dos Passos (no primeiro domingo de Setembro), mas também a do Divino Espírito Santo (em Beira Valente, no Dia de Pentecostes), a do Santo António (em Semitela, no dia 13 de junho) e a do São Pedro (em Paraduça, no dia 29 de junho) .
Todas as pessoas necessitam de ter os seus sítios de memória. São os monumentos do passado que edificados, dão segurança às comunidades, lhes ajudam a compreender o presente, " lhes servem de marcos miliários na caminhada para o futuro.
Um pouco por todo o país e também em Leomil, foram erguidas construções de grande interesse histórico, tais como: A Igreja Matriz de Leomil e as Capelas de Beira Valente e Paraduça, o Pe-lourinho, a Fonte da Picota, O Solar dos Balsemões, O Solar dos Coutinhos, o Solar dos Mergulhões (infelizmente em ruínas) e tantas outras.
O amante de arte pode gastar com proveito várias horas numa digressão por estas paragens...
Todos serão bem-vindos e acolhidos com a hospitalidade que os Leomilenses sempre souberam colocar ao dispor de quem os visita.